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Reflexão

domingo, 30 de setembro de 2012

O TORRÃO ONDE NASCI.




Permanece na memória
Dos que são de tempos idos
Fatos que fazem história
Aos que são pouco esquecidos
A lembrança bem ativa
De nossa flora nativa
Onde fomos nós nascidos

Carnaúbas – sítio amado
O lugar onde crescemos,
O Riacho do Machado
Cujas águas nós bebemos.
Que aguava o arrozal
Nos baixios, o principal
Dos cereais que comemos

Que saudades! Sim, saudades!
Das chapadas de algodão
E de outras variedades
No plantio em meu torrão,
Muita coisa se colhia,
Amendoim, melancia
Jerimum, milho e feijão.

O gostoso fruto da ateira
Preferido do azulão
Fruta de conde como queira
Dava junto ao casarão
A moradia bendita
Mais saudável e mais bonita
Existente no sertão

Em frente à tal mansão
Tinha uma árvore frondosa
Para gente e a criação
Dava uma sombra gostosa.
Não esqueço um instante só
Era o velho Pé de Mocó
De memória mais que saudosa

Bem ao fundo à direita
Um enorme Juazeiro
Com uma copa perfeita
E convexa por inteiro
Tremulando com a aragem
Uma natural imagem
Deste solo brasileiro

Próximo já da cancela
Que fechava a capoeira
Havia outra planta bela
Mais bonita que as primeiras
Junto à manga dos Bitu’s,
Lindo pé de Coaçu
Que de tanto olhar dá canseira

Das Pedrinhas - quem não recorda?
Minha Mãe lavava panos
Estendia em limpas cordas
E cipós se não me engano
Caí numa cacimbinha
Tendo à mão uma foicinha
Quase entro pelo cano

Eu não sabia nadar
Foi Mamãe quem me salvou
Mais uma coisa a lembrar
De quem tanto me amou
Viu-me cair e por sorte
Evitou a minha morte
São e salvo me apanhou.

Carnaúbas leito amado
Nunca mais me viste tu
Do pau Mocó estimado,
Juazeiro e o Coaçu
Eu jamais esquecerei
A qualquer dia voltarei
Às origens dos Bitu’s!

João Bitu

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