Pra ele ele era só isso e bastava porque lugar de home era na roça.Assim, o fio estudado não dizia prumode e nem provia.Falava com as palavras de home letrado. O filho foi pra
Escola no Povoado e lá aprendeu a lutar com a balança e pesar o algodão à tardinha.
Ao quebrar da barra os homes chegava pra pesar os quilos do produto. Ao jogar o bornó
na balança de madeira (usada na época) o peso não satisfez o caba letrado.
-Que é isso cabra, trabaiô pouco, amanhã vou levar o chicote aí quero ver se apanha mais
algodão.
-É que a garrancheira é grande dotorzinho, óia mesu pé, minha mão. A roça não foi brocada. O pai de voismicê só quer ser mais rico e nóis mais pobre.
-Quer me desafiar? - Não patrãozinho, cruzando as mãos calejadas, sangrentas e disfarçando a dor.
-Achei que depois de estudado na capitá ia entender que o pai de voismicê só quer tirar o coro de nois.
-Não repita mais isso seu cabra, cuidado com a peixeira na barriga. Meu pai sempre foi da enxada.
-Apois agora va pra mata botar espinho no pé, furar a s mãos nos ispim.
Quero só ver os quilinhos de algodão, seu bestalhão.
-Deixe disso cabra eu sou é macho vai pra roça e traz mais algodão.
-Vou não moço. Vou arribá com a famia pra cidade grande e botar meus fios na Escola pra aprender custurar barriga de cabra valentão e botar na cadeia home como vc. Com o suor do meu rosto faço meus fios doutor. Assim boto gente da sua laia no xilindró.
Inté. Jão da Ro
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