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Reflexão

quarta-feira, 6 de março de 2013

ANDORINHA



Nasceu elaem fevereiro
No Ceará de Falcão,
O humorista famoso
De Pereiro, que emoção.
O Rio Grande do Norte
Que faz fronteira, na sorte,
Teve essa louvação.

Mamãe Necy é valente
E amiga brincalhona,
Que cresceu fazendo arte
Daí, a fama de doidona;
E hoje, sem embaraço,
Traz a vida num só braço
Mesmo sendo setentona.

Na sua infância brincava
Com as flores das urtigas,
Numa arte artesanal
De dar inveja às amigas:
Ao fazer parafernálias
Reconstruía as sandálias
Naquelas datas antigas.

Fugia pelos cercados
Enquanto, a cerca, pulava,
Na ânsia de ver as festas
Em que o adulto brincava.
E de forma consciente
A menina diferente
Daquela vida gostava.

A neta de Minervina
Imitava uma tulipa,
Por ter crescido bem magra
Andava feito uma pipa;
E o povo, muito atrevido,
Deram-lhe feio apelido:
O de Pau de Virar Tripa.

Morou em Jacarecanga
Ao chegar à Fortaleza,
Numa fábrica de toalhas
Trabalhou com esperteza,
Pra, hoje, muito bacana,
Desfrutar em Messejana
De sua interna beleza.



Arranjou um namorado
Que não sabia beijar,
Porém com outro atributo
Ele a fez engravidar,
Vindo ao mundo uma enfermeira,
A Virgínia verdadeira,
Que tão bem soube criar.

Montou um pensionato
Pra suprir sua precisão
E pousou de faxineira
Num vestiário, em ação.
Nesse emprego, teve um ganho:
Pois viu nu, Pelé no banho,
No estádio Castelão.

Empregada num colégio
Em vasta secretaria
Teve empenho promissor
Com recatada alegria.
Trabalhou honestamente
Até ver em sua frente
Uma aposentadoria.

Comprou carro de passeio,
Casa bonita e atrativa.
Formou a filha Virgínia
Não a deixou à deriva.
Porém, de forma discreta,
Trouxe à tona a sua meta
Sempre alegre e criativa.

Necy Soares tem peito,
Todo mundo, aqui, concorda.
Pinta os cabelos de azul,
No pular cerca recorda;
Faz desenhos em toalhas
Na pinta, ver suas falhas:
Portanto, ela pinta e borda.

Em sua casa é debochada,
Pois só anda sem calcinha
Com o bicho todo de fora
Parecendo uma andorinha.
Por dentro de seu castelo
Não se encontra um chinelo
Nem ao menos na cozinha.
       Sávio Pinheiro

Um comentário:

  1. ANDORINHA:

    Poema feito para uma amiga de Ana Cláudia que a chama de MAMÃE. Uma senhora amiga e admiradoura de Cláudia e mãe de uma grande amiga dela.

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