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Reflexão

sábado, 30 de novembro de 2013

MADALENA DE PININO por João Bitu

OCORRÊNCIAS E FATOS

MADALENA DE PININO
João Bitu

“Cleidnha o seu irmão e Padrinho Joãozinho ama muito você, ame-o também que lhes fará um grande bem.
Desde o venturoso dia 24 de junho, quando chegou àquele belo casarão no sítio Carnaúbas,bonito e saudável como ele só, situado à beira do Riacho do Machado uma visita que era ansiosamente esperada pelo casal proprietário e residente naquela mansão maravilhosa. Existia bem em frente dela para sombra e deleite dos habitantes da localidade, uma árvore antiga denominada Pau Mocó que os tempos desfolharam e por fim a extinguiram indiferentes a sua beleza e utilidade, conquanto, os trabalhadores da vizinhança faziam uso da sombra para a sua sesta reparadora ao meio dia, isto quando não usavam-na para outras várias utilidades como por exemplo, afiar seus instrumentos de luta na roça a saber, enxada, foice, roçadeira e outros tantos objetos do gênero. Através de um pedaço de ferro do tamanho adequado, adquirido dos restos de uma qualquer ferrovia construída ao longo da região e um martelo de porte médio, era feita a amolação dos eficazes instrumentos de serviço. Infelizmente esta prática de certo modo trazia sérios incômodos em razão do barulho estridente que ocasionava, principalmente, por ser executado no horário de repouso daquela gente.
Naquela data, entretando, houve silencio. Um silêncio programado por motivo da chegada tão ansiosamente aguardada da visita ao lar dos BITUs. Houve barulho sim, mas um barulho festivo, comemorativo, lindo e maravilhoso que saltitou e transbordou nos corações daqueles felizardos”papais”, compadre Zé Bitu e Comadre Vicentina, bem como dos demais irmãozinhos que da mesma forma vibravam e pulavam de total felicidade. Como havia contentamento naquele bendito lar! Era a vinda de mais um bem precioso que vinha aumentar a alegria de uma gente graciosa e dedicada por extremo à prole já existente. Logo a notícia se espalhou na visinhança e os festejos se intensificaram em alto estilo. A sombra do frondoso Pau Mocó que por força da eventualidade teve ligeiro recesso, teria o reinicio de suas barulhentas atividades funcionais e as ferramentas voltariam a ser amoladas.
Aí então coube a Joãozinho a doce incumbência de nos levar a tão grata notícia que em verdade merecíamos receber, desde que muito amigos e ligados à família desde anos e mais anos de convívio e atividades mútuas. Lembro=me com alegria quando ele surgiu ao topo da ladeira que se aproximava de nossa casinha na Lagoa de Dentro e gritou freneticamente: “MADALENA nasceu uma menina muito bonita mas pretinha que só o fundo de uma panela de barro”. Esta comparação, por demais exagerada, era por conta de sua grande alegria quase incontida, pode-se deduzir é claro e mais que evidente.

Em verdade, nossa MADALENA DE PIININO, era uma pessoa de enorme importância para nossa família, tanto como pessoa humana como na qualidade de serviçal, porquanto, foi nossa lavandeira por muito tempo, cobrando a irrisória quantia de “um tostão” por peça. DONA VICENTINA fornecia o “SABÃO DA TERRA” magistralmente fabricado por ela mesma.
A respeitável lavandeira concluia a operação com sua mão de obra e a água branco-azulada da Lagoa de Dentro, local onde tinha sua residência.
Resta ainda citar com muita justiça o seu alto senso de responsabilidade, carinho e afeto para conosco. DEUS a tenha minha cara MADALENA DE PININO!
- Cleidinha, assim tudo aconteceu, lembro-me com a mais absoluta clareza, que DEUS lhe abençoe!




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