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Reflexão

domingo, 3 de junho de 2012

RAIMUNDO VIEIRA 90 ANOS DE ENERGIA.

                                                    
E
O sítio Lagoa dos Órfãos
Fincado num pé da serra
Deu ao mundo uma criança
Crescida naquela terra,
Que mudou o seu nome, eu sei,
E que hoje, é Cristo Rei,
O nome que lhe descerra.

No ano de vinte e dois,
De um século que já passou,
Em dezessete de maio
Um menino se mostrou
Para alegrar seu Vicente,
O seu pai sempre presente,
Que o sertão brabo educou.

Foi Senhorinha Batista
Com seu Vicente Vieira,
Que fecundaram Raimundo
Com intenção verdadeira
De povoar o lugar
E também perpetuar
Uma prole, de primeira.

Criaram seus sete filhos
Com os pés sempre no chão
Acreditando no sonho
De achar outra profissão.
Seu Vicente agricultor,
Sempre deu muito valor
A força da educação.

O José, comerciante,
Padre Vieira, escritor,
Manuel Vieira atuando
No ofício de professor
Mudaram com garantia
A profissão, que jazia,
De valente agricultor.

Balbina, Eunice e Laís,
A geração feminina,
Trabalharam com vigor
Naquela época ferina
As duas primeiras, no lar,
E a última, indo ensinar
Na escola, que fascina.

O pai, Vicente Vieira,
Um matuto inteligente,
Epenhou-se em transferir
De maneira pertinente
Uma professora importante
De terra muito distante
Pra semear a semente.

Esta alfabetizou
No seio da residência
Aquela família unida
De formada inteligência
Transformando o agricultor
Num embrião de doutor
Com bastante sapiência.

Até os dezessete anos,
Viveu Raimundo Vieira
No sítio, com seu pai,
Na plantação costumeira.
Produzindo o alimento,
Que dava o grato sustento
Da família alvissareira.


Seguiu, então, para o Crato
Como fizeram os irmãos,
Onde os três, em bons colégios,
Entrelaçaram as mãos.
Ele estudou, ano a ano,
No colégio Diocesano,
Onde germinaram grãos.

Foi o padre Montenegro,
Que lhe deu o apoio total
Durante aquele período
Do curso ginasial,
E quatro anos depois,
No ano quarenta e dois,
Almejou a capital.

No ano quarenta e três,
Foi morar em Fortaleza
Pra cursar o segundo grau
Com Dr. Odilon Braveza.
Para poder estudar
Teve que ir trabalhar
Demonstrando a sua grandeza.

Foi no colégio São João,
Que ele estudou por dois anos,
Tendo de, no ano seguinte,
Enfrentar seus desenganos.
Mudou-se para Salvador
Esperando ser doutor
E concluir os seus planos.

No ano quarenta e cinco
Em colégio Estadual,
No estado da Bahia
Fez um curso magistral.
O terceiro científico
Foi um marco magnífico
Na preparação geral.

Com o segundo grau completo
Passou no vestibular
Tendo feito medicina
Em faculdade exemplar.
Terminando anos depois,
No ano de cinquenta e dois,
Colou grau pra clinicar.

No ano de cinquenta e três,
Começou a trabalhar
E com Antônia Araruna
Fez um pacto pra casar.
Casados por três anos
A vida muda seus planos
E a viuveez, foi-lhe achar.

Dessa união brotam frutos
De essência garantida,
Nascendo o Ítalo e o Márcio,
Uma dupla tão querida,
Que com o amor dos pais
Vivem em Minas Gerais
Uma vida merecida.

Da cidade Rio do Prado,
O doutor pega a estrada
Preconizando Iguatu
Para ser a nova morada.
Porém, o seu padecer
Começou ao falecer
Sua esposa abençoada.

No ano de sessenta e sete,
Contrai núpcias, outra vez,
Com a professora Francisca
Que lhe anima com altivez.
Fransquinha Roque o convida
A viver uma nova vida
Esquecendo a viuvez.

Essa união fez nascer
Uma filha bem querida,
A Márcia Sandra adorada,
De ternura garantida,
Fazendo deste momento
Um eterno envolvimento
Com sua musa preterida.

Márcio e Márcia, aqui na terra,
Mais Ítalo, que Deus levou,
Forma o quadro de seus filhos
Que na vida, o levou,
Formatando o elemento
Dentro de um pensamento,
Que sua mente edificou.

André, Bárbara e Arthur
Mais Dayana, neste evento,
Márcio Filho e Eduardo
São seus netos no momento.
Esta nova geração
Vive no seu coração
Dando-lhe contentamento.

Sua vida profissional
Foi feita com muita ação.
Na saúde, foi bom médico,
Professor, na educação.
No campo da Medicina,
Fez valer sua grande sina
Clinicando no sertão.

Trabalhou em Acopiara,
Cariús, Cedro e Orós,
Icó, Jucás, Saboeiro,
Vivendo a vida por nós.
Atualmente, é auditor,
Onde trabalha o doutor,
Desatando falsos nós.

Na escola Elza Barreto,
Rui Barbosa, São José
E Agrotécnica Federal
Deu aulas com muita fé.
Fez valer sua alegria
Nas piadas que fazia
Minuimizando a maré.

Por uns vinte e cinco anos
Foi voluntário lojista,
Prestou serviço à polícia,
De modo bem realista,
E com muita devoção
Usou sempre o coração
Mostrando ser humanista.

INPS e SANDU
Médico clínico e Hospital ,
Coordenador, Auditor,
Na saúde,  ainda é vital.
Na Agenor Araújo,
Clinicou o dito cujo
E fez parto natural.

Da família, foi o médico
Dos amigos, o doutor
Na cidade, altruísta
E na escila, professor.
Mesmo com noventa anos
Ainda nutre bons planos
Para combater a dor.
 
  Autor: Dr. José Sávio Teixeira Pinheiro.
              17 de maio de 2012.










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