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Reflexão

terça-feira, 4 de outubro de 2011

O TEMPO


Deus pede estrita conta do meu tempo,
É forçoso do tempo já da conta;
Mas, como dar sem tempo tanta conta,
Eu que gastei sem conta tanto tempo!

Para ter minha conta feita a tempo
Dado me foi bem tempo e não fiz nada.
Não quis sobrando tempo fazer conta,
Quero hoje fazer conta e falta tempo.

Ó vós que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis esse tempo em passa-tempo:
Cuidai enquanto é tempo em fazer conta.

Mas, ah se os que contam com seu tempo
Fizessem desse tempo alguma conta,
Não choravam como eu o não ter tempo.

Laurindo Rabelo

Um comentário:

  1. Esse é mais um poema que tenho a oportunidade de conhecer. Obrigada por me enriquecer com poesias agradáveis. São verdadeiras lições literárias.
    Seja bem vindo e continue enviando coisas novas.

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