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Reflexão

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

AS CARNAÚBAS por João Bitu


AS CARNAÚBAS
 

Logo ao lado do Riacho do Machado                                                                                      
Que banha com suas águas correntes
As margens férteis desde a nascente
Que se alonga até um fim afasrado,
Ali ficam as Carnaúbas, berço amado,
Onde Pompílio viu o meu nascimento
Iniciando o digno surgimento
Duma prole bem sucedida e amada
Que veio a ser chamada “a bituzada”
Por um poeta em inspirado momento.

Zé Bitu  um  líder bem sucedido
Cidadão de rara prudência e saber
Através de quem tudo havia de ser
Ministrado, com  dispor exercido...
De certo modo era  homem introvertido
Não se prestando ao “disse me disse”
Que de qualquer esquina partisse
Limitando-se ao repente habitual
Que lhe era, por instinto, natural
Cujo na ocasião bem lhe surgisse.

Ao seu lado dedicando-se com ardor
Aos afazeres do lar de paz raríssima
Dona Vicentina esposa e Mãe castíssima
Tudo assistia e compartilhava com amor...
Sua afeição,  seu zelo eram um primor
E consistiam em dar educação
Aos diversos filhos em formação
Reservando- lhes um  futuro de grandeza
Mostrando-lhes sempre o bem com firmeza
Ao doar com carinho frutos do coração
 
Com quanta saudade lembro Tia Isa!
E Chiquinho, - ela cheia de amor e fé 
Os dois ocupavam um lindo chalé
Que recebia agradável brisa
Cujo odor ainda me  fertiliza                                                                                                           
Pequenos detalhes aos quais me agarro
Por mais que sejam até bizarros,
Todo dia, mesmo tendo  já jantado                                                                                               
Corria a degustar um bom pegado            
Que ela deixava na panela de barro

Antonio Alves Bitu meu tio e padrinho
Por diversos conhecido por Seu Antõe
Ficou mesmo com o cognome “Nonõe”
A cuja alcunha atendia com carinho
Jamais se separava  dum cigarrinho                                                                                      
Posto na boca ou atrás da orelha     
Formando uma constante parelha.                                                                                                
De tanto fumar triste e penosa sina
Veio a contrair enfermidade maligna
Que ao tédio e raquitismo se assemelha.

Padrinho Afonso que era barbeiro
Amargava uma existência sacrificada
Herdou uma terra bem isolada
Num local conhecido por Romeiro
Ficava lá trabalhando o dia inteiro
Sem fazer em casa nem um desjejum
Lá ficava sem  alimento algum 
Somente quando,  para casa voltava,
Era  então que  presto   preparava
Um alimento qualquer bem comum.
 
 
Num casebre em penúria absoluta
Habitava Pompílio José Duó
Homem humilde, pobre que nem Jó
Que criava a família em árdua luta
Era, porém, de ilibada conduta
Que em decência e bondade submerso
Subsistia a tudo num viver adverso
Jamais deixava transparecer sua dor.
Com determinação, firmeza e ardor
Foi quem me trouxe  a fazer versos

As Carnaúbas foram em minha vida
O berço da doce e feliz existência
Cenário da mais pura convivência
Fase que em tempo algum será esquecida...
Oh que saudade da  infância querida
Das coisas tão belas que lá ficaram
Pátria em que amor e  paixão abundaram
Suscitando esta simples e fiel história
Daquele sítio de  saudosa memória
 Onde estes fatos se registraram!.

João Bitu
 
 
IMPOSSÍVEL ESQUECER
LUAR DO SERTÃO
Luiz Gonzaga e Milton Nascimento
 
 

3 comentários:



  1. A carnaúba, cujo nome científico é Copernicia prunifera, deriva do Tupi e significa árvore que arranha. É encontrada no nordeste brasileiro, principalmente nos estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte. Essa planta típica produz cera em suas folhas, um tipo de lipídeo capaz de evitar a perda da umidade através de transpiração em razão de o clima do local onde se encontram ser muito quente.

    Ela é conhecida também como “Árvore da vida”, carandaúba, carnaba, carnaubeira, caranaíba, carnaúva, dentre outros. Sua planta atinge cerca de 15 metros de altura, os frutos se formam em cachos.

    Solos argilosos e margens de rios, salinidade alta são algumas das características suportáveis pela carnaúba. Mesmo sofrendo estresse hídrico, essas plantas conseguem resistir às adversidades da caatinga.

    Sua cera não é perecível e sua retirada ocorre para a fabricação de cosméticos, plásticos, papel carbono, tintas, chips, códigos de barra, assim como era muito utilizada na produção de discos de vinil e baterias. Produtos como lubrificantes, impermeabilizantes e vernizes também são feitos a partir de cera de carnaúba. Além disso, a cera também pode ser utilizada para a manufatura de um álcool denominado alifático, que é útil em plantios e horticultura.

    A carnaúba também produz um fruto comestível, do qual pode ser extraído óleo, palmito do caule e as raízes são usadas como medicinais. A madeira pode ser utilizada para construções e as fibras são utilizadas para fabricação de redes, chapéus, cestos e diversos outros artesanatos que são comercializados na região e no exterior em virtude da beleza e singularidade. A cera também é um produto normalmente exportado.

    A carnaúba é utilizada de forma que não prejudica o meio ambiente. Suas palhas são retiradas de forma que não prejudica a planta e são secadas ao sol, sem consumo de energia produzida de maneira poluente. Na retirada da cera, o que resta se torna adubo. Além de importante para a natureza, essa planta é também imprescindível para a economia local.

    Por Giorgia Lay-Ang
    Graduada em Biologia
    Equipe Brasil Escola

    Botânica - Biologia - Brasil Escola

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  2. Sr. Pascoal:

    Como sei que ama a Carnaúba, lugarejo onde nasceu e que sua poesia é específica sobre as Carnaúbas, resolvi fazer uma pesquisa sobra a planta.
    Espero que assim enalteça suas palavras e suas recordações lá das CARNAÚBAS. Veja que a minha intenção foi modificar um pouco os comentários sobre suas nobres poesias.
    "LUAR DO SERTÃO" Amei o clip. Gosto da melodia sonora que ela encerra. Esse é o tipo de música que agrada meus ouvidos.

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    Respostas
    1. Acertei então na escolha do clip que não poderia ser outro.
      Obrigado, meu abraço,
      João Bitu

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