CAÇADOR DE PASSARINHOS
Oh que infância adorável
Experimentei no sertão
Não sabia que estava então
Num paraíso invejável ...
Era uma vida saudável
Existência despretendida
Onde tudo se passava
E eu não cuidava que estava
Gozando o melhor da vida.
Acordava ao amanhecer
‘COM O CANTO DOS PASSARINHOS”
Ao levantar de seus ninhos
Buscando o sobreviver.
Eu tinha como lazer
Bate bola nos terreiros
Era sempre um dos primeiros
Um craque dos de mão cheia
Batia bola de meia
Com lindos dribles cabreiros.
Quase sempre andava só
Com baladeira e bodoque
Amava pescar com choque
Feito de puro cipó.
Mexer com o triste socó
Sempre só e infeliz
Assim meio lelé da cuca!...
E pegar de arapuca
Juriti e a codorniz.
Com um bornal sob a axila
Que no pescoço amarro
Contendo balas de barro
Do tamanho duma bila...
Era uma caçada tranqüila!
Usava BLUSÃO de crepe.
Na cabeça um negro quepe
Feito com meia de linho.
Protegendo dos espinhos
Alpercatas de currulepe
A adolescência é a fase
Mais doce de nossa vida
Se com saúde vivida
Ela é de tudo a base
Não existem coisas más
Onde há saúde e paz
Muita fé e muito amor.
-Tudo se torna um primor
Do resto se corre atrás
A época predizia
Um porvir cheio de glória
Um futuro com estória
Cuja se não conhecia
Uma autêntica profecia
Deste viver benfazejo!
Quando tudo quanto almejo
Desde aquela fase ida
Tenho alcançado na vida
Tudo, tudo, como desejo!
João Bitu
IMPOSSIVEL ESQUECER
Como cantam os pássaros
Como cantam os pássaros
Obrigado pela valiosa colaboração de Fátima Bitu.
ResponderExcluirOfereço a Fideralina com muita estima e consideração.
João Bitu
Sr. Pascoal:
ResponderExcluirSua poesia fala do sertão frisando as brincadeiras de criança mostrando a riqueza e sabedoria da criança sertaneja.Li várias vezes e percebi o quanto sua infância foi foi maravilhosa. Os bodoques, as bolinhas de barro, as arapucas para pegar passarinhos, as bolas de meia exerciam as mais divertidas brincadeiras. Talvez, as crianças de hoje o invejem e não sintam a felicidade e nem deixem transparecer o sorriso que nos seus lábios eram permanente.
Será que os garotos que nunca viveram no campo, conhecem essas brincadeiras pelos quais viveu o sr. Pascoal?
Como se comportam com as primeiras chuvas no sertão? Fazem festa com a Natureza? Não, essas crianças jamais imaginam como a terra se alegra com a chuva. Como os pássaros e as aves em geral solfejam no coreto das matas ensombradas. Agora, nós que nascemos no sertão, sentimos saudades de tudo que lá acontecia. É por isso que seus poemas são tão significantes e traz à tona toda uma cultura sertaneja.
É isso. ficaria longo tempo falando sobre muita coisa do sertão, já que o senhor poeta me faz relembrar como aprendemos com a vida na roça.
Abraços.
Voce com muita cultura e conhecimento de causa colocou a minha possia onde eu pretendía levá-la sobre o nosso sertão e nossa juventude. Vocè deu ênfase e uma roupagem maravilhos ao que busquei fazer. Agora sim, eis um poema de Roupa Nova.]
ResponderExcluirJoão Bitu